Acho que o processo de amadurecimento implica em deixar de se apressar para dizer sim ou não, e recorrer mais ao uso da palavra depende.
Oscar Wilde disse que: “não sou jovem o suficiente para saber tudo”.
Reconhecer que o mundo tem muitas áreas cinzas, e admitir que há um contexto que pede um mínimo de ceticismo, são palavras formais para a poesia de Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.
Entretanto, reconheço que o que é vendido na pós-modernidade por meio de clichês como “não há verdade absoluta”, seja uma baita besteira. Já que essa própria declaração se auto condena como uma verdade questionável.
A tentativa de banalizar o conceito da verdade em sua totalidade, não significa necessariamente uma demonstração de amadurecimento.
Há uma frase no livro mais vendido da história que diz: “O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina (lacração ou mitada da época) e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.”

Essa antiga frase me parece bem atual nessa era de pós verdade, que ao invés de entregar pessoas maduras e supostamente bem resolvidas, seguem perdidas e aparentemente mais angustiadas pelo acúmulo de informações e vozes.
Longe de mim ser o “coach da verdade”, já que nem sou mais jovem o suficiente pra isso.
Mas com a evolução das fakes news e deep fakes, entendo que a tendência desse descolamento da verdade em sua totalidade não nos torne necessariamente mais maduros, mas sim mais banais.
Foi necessário eu escrever esse textão e fazer esse site?
Depende.